História

por Interlegis — última modificação 22/05/2019 12h02
História de Marilândia/ES

ESTA IMAGEM E REFERENTE A CONTEUDO DO PORTAL

 

O começo do século XX se inicia a história do atual município de Marilândia. A região do interior do norte do estado esteve praticamente afastada da civilização por diversos motivos, entre eles a presença dos indígenas botocudos que impediam o estabelecimento de povoados. Marilândia está localizada nessa área e por isso possui uma formação histórica bem mais recente que dos demais municípios capixabas. Com o avanço da linha ferroviária Vitória a Minas a região passou a ser aos poucos ocupada e vários colonos foram se estabelecendo no local, trazendo inúmeras contribuições culturais e administrativas.

A ocupação do norte do Espírito Santo também ganhou impulso depois da construção da ponte de Colatina sobre o rio Doce, inaugurada em 1928. Com isso, a região passou a contribuir para a ampliação da economia capixaba, com várias áreas propícias para a cultura do café, o que impulsionou a rápida colonização do território e criação de novos núcleos de povoamento.

Graças aos avanços registrados na região, Marilândia também surge como resultado de colonização, recebendo a partir da década de 1920 os seus primeiros desbravadores. O território estava coberto de florestas, que foram sendo suprimidas para as lavouras cafeeiras

Conforme relatos escritos, surgiram as primeiras escolas que deram origem às atuais redes municipais e estaduais de educação. Em 1929, o pequeno povoado teve sua primeira escola e sua primeira professora foi oriunda da comunidade de Acioli, que pertence atualmente a João Neiva, D. Elvira Linhales. Sua construção era um barraco, que passou a ser utilizado também como capela, onde foi realizada a primeira missa pelo padre Salesiano Antônio Marssigalia.

O território ainda era desolado e a única via que o ligava ao exterior era a atual rodovia que liga o município a Colatina, inaugurada em 1932. Com mais áreas sendo ocupadas e colonizadas surgiram novos núcleos e construções que atraíram mais sacerdotes, como Dom Luiz Scortegagna, que começou a construção da igreja Católica Nossa Senhora Auxiliadora.

Marilândia crescia com recebimento de diversas famílias, especialmente as de descendentes de italianos, como Catelan, Passamani, Milanezi, Altoé, Fregona, Gava, Camata, entre outras. Tornou-se um importante distrito de Colatina, município da qual pertencia, conseguindo eleger dois vereadores em 1934. Com isso, foi possível atrair alguns investimentos de Colatina, conseguindo a cidade crescer muito, com aumento de escolas, unidades de saúde e até um correio.

Na década de 1950 as principais economias eram a cafeicultura e as marcenarias.

Em 1951, ocorreu a inauguração do 1º Grupo Escolar “Professor Ananias Netto”, onde funciona hoje a Escola de 1º Grau Escolar “Maria Izabel Falcheto”, e em 1952 recebeu a visita do Governador Janes dos Santos Neves, para a inauguração do 1º serviço de água de Marilândia.

À medida que mais famílias iam chegando formava-se um povoado chamado Liberdade. Mais tarde, os padres salesianos, em visita a este povoado, deram-lhe o nome de Marilândia, que quer dizer “Terra de Maria” e adotaram Nossa Senhora Auxiliadora como Padroeira.

Um dos eventos mais importantes foi a inauguração em 1955 do Seminário Diocesano Imaculado Coração de Maria, que atraiu para Marilândia muitos estudantes para o sacerdócio, além de o mesmo prédio funcionar mais tarde a escola normal Ana Nery e a primeira escola de 1º e 2º graus Imaculado Coração de Maria, fruto do esforço do pároco Antônio Volkers, que se destacou como um defensor da educação e participou de muitos momentos históricos.

Surgem também várias vilas no território, com destaque para Patrão-Mor, São Pedro e Alto Liberdade. O distritode Marilândia crescia e também o sonho de sua emancipação, motivado por ter atravessado por muitos anos precariamente e ter sido esquecido por Colatina. O dia 6 de agosto de 1979 foi realizada uma comissão pró-desenvolvimento de Marilândia, da qual participaram os mais importantes nomes do distrito e foram traçadas as principais medidas para a emancipação político-administrativa, com busca de apoios de deputados estaduais. Mesmo com a produção de 40% de café em Colatina, Marilândia ainda não tinha condições legais para se emancipar.

Com a inclusão de outro então distrito colatinense Sapucaia no processo emancipatório comandado pela comissão e de apoio de importantes políticos capixabas como Gerson Camata, Marilândia conseguiu se libertar de Colatina se tornando um Município após o resultado de um abaixo-assinado que mostrou que a maioria dos moradores apoiava a emancipação.

O município foi criado pela Lei nº 3345 em 14 de maio de 1980, sancionada pelo então governador Eurico Vieira de Rezende, e publicada no Diário Oficial do dia 15 de maio, cuja data passou a ser comemorada como feriado municipal.

Após a emancipação, Marilândia teve que esperar mais três anos para ter seu primeiro prefeito eleito com organização de sua estrutura política e institucional. No pleito de 15 de novembro de 1982 foi eleito Dejacir Gregório Caversan no cargo de executivo marilandense juntamente com os primeiros sete vereadores do legislativo: Luiz Carlos Passamani, Hervécio Camata, José Carlos Milanezi, Maurício Bravim, José Claudecir Altoé, Aldir Comério e Roberto Arrivabeni.

A primeira prefeitura e a câmara municipal funcionaram em prédios pequenos e alugados na sede do novo município.

Através de cooperação com o governo do Estado e com os recursos próprios, a prefeitura de Marilândia executou diversas e importantes obras públicas, destacando-se a abertura de diversas estradas para as comunidades constituintes. Com o crescimento dos dividendos do comércio do café local, Marilândia se enriquecia rapidamente, adquirindo diversos maquinários para a execução de diversos serviços para atendimento da população, dos agricultores e dos empresários.

Soma-se a isso que o outro fato mais importante que marcou a história do município e que proporcionou um súbito desenvolvimento da cidade foi a vitória do mais ilustre morador de Marilândia, Gérson Camata, para o governo do Espírito Santo em 1983. Com a atuação do novo governador, grandes avanços foram realizados através de calçamento de diversas vias públicas, construção de pontes, além do asfaltamento da rodovia principal que liga Marilândia a Colatina, que viabilizou ainda mais a chegada de novas pessoas e recursos financeiros para o recente município.

Marilândia já tem nove legislaturas em sua história. A primeira se inicia com DejacirCaversan, de 1983 a 1988. A seguir são eleitos sucessivamente para o governo executivo: José Carlos Milanezi (em três mandatos), Osmar Passamani (também em três mandatos) e Geder Camata (em dois mandatos e atual prefeito).

Todos esses gestores se empenharam para trazer obras importantes para o município, destacando-se as unidades escolares municipais, de saúde com bons oferecimentos de atendimento ao público, construção de pontes, pavimentação de estradas, bem como patrolamento das vicinais, eletricidade, aquisição e manutenção do maquinários, atendimento aos produtores rurais,

O município possui ao todo 32 comunidades, sendo o território com área de um pouco mais de 300 km², constituído pela sede e pelo distrito de Sapucaia. Desde a sua emancipação político-administrativa, Marilândia sempre cresceu em número de habitantes e indústrias (destacando-se a de confecções e de processamento de alimentos), além de estabelecimentos comerciais, com diversidade de ofertas no segmento de mercearias, supermercados, vestuário, eletrônica, serviços bancários, farmacêutico, beleza feminina e outros.

Atualmente, Marilândia possui uma população de mais de doze mil pessoas, o que configura o município em lugar de 2748 no Brasil, sendo o sexagésimo município criado no Espírito Santo, conforme informa o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2019). Outros dados informam que o município avançou na educação, tendo 97,7% de escolaridade de 6 a 14 anos de idade em 2010; sua economia gerou mais de 36 milhões de reais em 2017; possui 8 unidades de saúde; e apresenta 57,8% de domicílios com esgotamento sanitário adequado, 29,5% de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 18,1% de domicílios urbanos em vias públicas com urbanização adequada.

O município acompanha de perto as transformações que o Brasil está atravessando e passou por muitas crises econômicas e ambientais, fatores que lhe limitaram a se tornar um local pequeno e dependente de investimentos e recursos. O turismo está em desenvolvimento, mas ainda está incipiente. Destacam-se os principais pontos atrativos que o município possui: Pedra de Alto Liberdade, Sítio Coisa Nossa em Sapucaia, Fazenda Clube de Marilândia, Bica de Alto Liberdade, Festa Italiana, Corpus Christi, Festas Religiosas e demais eventos culturais públicos e particulares.